Como se sente a mulher no seu 1º trimestre de Gravidez?

Há mulheres que mudam quando ficam grávidas, há outras em quem a Maternidade parece nada mudar! Ou seja, cada mulher tem a sua maneira própria de se tornar mãe, dependendo da sua idade, educação, meio e personalidade. Porém, todas as mulheres grávidas têm, de um modo geral, uma psicologia particular que evolui ao longo dos meses, a qual está intimamente ligada à evolução física da mesma.

O primeiro trimestre de gravidez é, na verdade, o período da incerteza e da adaptação.

Pode parecer chocante quando algumas mulheres nos dizem que não nos devemos considerar "já" grávidas quando ainda não ultrapassamos esta fase da gravidez...

Há algum tempo atrás eram precisos vários dias para se obter a resposta de um teste de gravidez. Agora apenas alguns minutos são suficientes com aqueles testes caseiros de gravidez que se podem comprar na Farmácia. Mas existem mulheres que só ficam verdadeiramente convencidas que estão à espera de bebé quando vêem a sua imagem na primeira Ecografia, ou só mesmo quando o sentem a mexer dentro de si!

Mesmo que uma mulher se sinta verdadeiramente feliz por estar grávida, ela hesita, inicialmente, entre a alegria e o medo. Não se trata de medo do parto, mas sim receio do desconhecido (principalmente quando é o primeiro filho), inquietação quanto ao futuro (pensa nos possíveis problemas económicos e materiais que poderão surgir quando chega a criança), medo que o marido (ou companheiro) se afaste, entre outros.

É, também, no primeiro trimestre da gravidez que a mulher mais receia os acidentes, pois é principalmente nesta fase que os abortos espontâneos acontecem...

Na maioria dos casos em que as mulheres se recusaram, no princípio, estar grávidas, o profundo desejo de maternidade consegue levar a melhor, e faz com que estas mulheres, inconscientemente, desejem ter o filho.

Pena é quando a natureza não consegue prevalecer em mulheres que optam por provocar o aborto (principalmente de fetos perfeitamente saudáveis), ou pior do que isso...

O medo do desconhecido implica, muitas vezes, uma espécie de regressão: a mulher sente-se desprotegida e torna-se dependente, quase como uma criança. Felizmente, na nossa sociedade, a mulher grávida é objecto de atenções, e esta atenção lhe agrada devido à sua emotividade e maior fragilidade física e psicológica.

A mulher grávida tende a aproximar-se de outras mulheres que têm filhos, em especial a sua mãe - à qual lhe faz questões acerca da sua própria infância.

Por vezes, o desejo de receber cuidados maternais leva-a a chamar a atenção da sogra: quer ser mimada ou aconselhada pela mãe do seu marido (ou companheiro), mas, simultâneamente, procurar distanciar-se dela.

Ao mesmo tempo que vive esta regressão, a grávida sente que se torna verdadeiramente adulta, pois é a sua vez de ter um filho, tal como aconteceu à sua mãe. Esta ambivalência pode provocar mal-estar, e é uma das razões que provoca a mudança do seu humor, a qual pode ser incompreendida pelos que a rodeiam.

O 3º mês de Gravidez

No momento da Fecundação, quando o óvulo e o espermatozóide se aproximaram, se fundiram e formaram um "ovo", o sexo da futura criança foi definido. Mas é só no 3º mês de gravidez que os órgãos internos reprodutivos começam a ganhar forma no exterior.

As cordas vocais começam a surgir, mas não funcionam, embora adquiram consistência ao longo da gravidez - só irão ser usadas, pela primeira vez, após o nascimento, quando o bebé dá o seu primeiro grito!

O seu rosto ganha, progressivamente, traços mais humanos: os olhos aproximam-se até ficarem ambos de frente; na 9ª ou 10ª semana, crescem as pálpebras que irão cobrir os olhos nos 3 meses seguintes, para os proteger enquanto desenvolvem; a boca estreita-se e os lábios ficam bem desenhados.

Os braços começam a alongar-se (num ritmo mais rápido que o das pernas), tornando-se possível distinguir o antebraço, o cotovelo e os dedos das mãos, cujas extremidades endurecem para formar as unhas.

No interior do organismo, desenvolve-se o fígado, surgem os rins, o intestino alonga-se e enrola-se, e o esqueleto começa a ganhar forma.

Depois de desenvolvidos, o aparelho digestivo e os rins começam a funcionar: as papilas gustativas da língua e as glândulas salivares funcionam, o estômago produz suco gástrico, e os intestinos e rins já trabalham - o feto engole pequeninas quantidades de fluido amniótico que serão processadas pelo sistema digestivo, das quais são extraídos alguns nutrientes, e cujos resíduos sólidos são armazenados nos intestinos, enquanto que os resíduos líquidos são despejados em gotículas de urina estéril que não prejudica o líquido amniótico.

O diafragma do feto inicia o seu trabalho: ele o expande e contrai repetidamente, absorvendo e expelindo pequenas quantidades de líquido amniótico que o ajudam a desenvolver os tecidos pulmonares - também se trata de uma espécie de "treino" necessário para tornar o corpo capaz de respirar quando o bebé nascer.

O diafragma também é exercitado por intermédio dos soluços, que se acredita serem importantes para o seu fortalecimento. Os soluços surgem repetidamente, durante alguns minutos, depois param e mais tarde recomeçam.

Acredita-se que o feto já "chucha" nos dedos das mãos nesta fase da gravidez.

Embora a mãe não sinta a agitação que vai no seu interior, é neste mês que o bebé mais se movimenta! Raramente está quieto mais do que 5 minutos, mesmo que a mãe permaneça imóvel.

Quanto à posição, pode estar na vertical como na horizontal, e muda-a talvez 20 vezes por hora! Para além das suas próprias actividades, o bebé também é afectado pelos movimento da mãe: é ligeiramente abanado quando a mãe respira. Quando ela tosse, ri ou caminha, o bebé oscila de um lado para outro.

Ao bebé também são transmitidos os sons do exterior: ele consegue ouvir os calcanhares da mãe no pavimento, o som de vozes, e outros ruídos fortes.

No início dos 3 meses, o peso do feto é de, aproximadamente, 30 gramas, e mede cerca de 7,5 cm na posição sentada. No fim desta fase de gravidez o feto já mede cerca de 10 cm e pesa, aproximadamente, 45 gramas!