De duas a três semanas depois do início da última menstruação, dá-se a fecundação do óvulo por um único espermatozóide. É neste momento que tudo o que irá conhecer no seu filho se transmite através da herança genética de ambos os pais, ou seja, o sexo do bebé, a cor dos seus olhos, a cor da sua pele, a altura que virá a ter, e a cor do seu cabelo. Também são transmitidas características que poderão ser influenciáveis, tais como o temperamento e a personalidade.
O óvulo, ou "ovum", provém do ovário da mãe, a qual pode ter mais de meio milhão de óvulos imaturos em ambos os ovários.
Estes óvulos já existiam mesmo antes do seu nascimento, e apenas alguns é que chegam amadurecer durante toda a sua vida.
Os óvulos começam a amadurecer, um de cada vez e de ovários alternados, após a primeira menstruação, na puberdade. O óvulo maduro liberta-se e cai dentro da Trompa de Falópio, onde permanece imóvel e adormecido 2 dias. Se for penetrado por um espermatozóide, gera-se uma nova vida. Caso contrário, cai e desaparece.
Apesar de só ter 0,13 mm de diâmetro, o óvulo é a maior célula do corpo humano, pois contem material genético da mãe, material celular e nutrientes para sustentar uma nova vida durante os primeiros dias.
O óvulo transmite sinais bioquímicos, através dos flúidos que o rodeiam, que atraem os espermatozóides de tal forma, que quando estes se aproximam do óvulo ficam "hiperactivados".
Os espermatozóides são muito semelhantes a um girino. São mais pequenos que o óvulo e estão entre as células mais pequenas do corpo. São impressionávelmente ágeis e bons nadadores, pois conseguem nadar uma longa distância em pouco tempo, embora sejam ajudados pelas ondas de contracções das paredes do aparelho sexual feminino, as quais criam uma corrente ascendente de fluídos em direcção ao local onde se encontra o óvulo. Assim, os espermatozóides recebem uma aceleração adicional que os ajuda a percorrer cerca de 18 cm em menos de meia hora!
É nos espermatozóides que vai a mensagem genética do pai.
O pai pode produzir esperma em cerca de 64 dias, desde o início ao fim do procedimento. Eles permanecem vivos e imóveis durante várias semanas no interior do corpo do homem, e ficam activos no momento da ejaculação, cujo sémen consegue levar consigo cerca de 20 milhões de espermatozóides - este número tem vindo a reduzir drásticamente com o passar dos tempos devido ao nível de vida que o homem leva (stress, mudanças de hábitos alimentares, falta de exercício físico, tabaco e álcool), e aos poluentes químicos.
Cerca de um terço dos espermatozóides libertados na ejaculação parecem mal formados e não são grandes nadadores. Eles têm como função impedir a entrada de espermatozóides rivais, deixando-se ficar para trás. Daí a sua denominação de "espermatozóide kamikase".
Aos outros mais vigorosos, que se atiram para a frente, dásse-lhes o nome de "caçadores de óvulos".
Mas nem todos os "caçadores de óvulos" têm sorte: alguns morrem, outros perdem-se, e no fim apenas restam várias dúzias dos mais fortes ou sortudos.
Quando não há um óvulo à sua espera, os espermatozóides prendem as suas cabeças às paredes das Trompas de Falópio, onde descançam e aguardam cerca de 48 horas pelo óvulo.
A entrada do Útero tem, normalmente, um muco protector, o "muco cervical", composto por açúcares e proteínas. Durante a maior parte do tempo este muco é espesso, e os espermatozóides ficam presos nele. Mas na altura da ovulação, o muco fica aquoso para facilitar a navegação dos espermatozóides.
Uma vez em contacto, o espermatozóide e o óvulo reconhecem-se biológicamente um ao outro. Assim, os espermatozóides ficam presos à camada exterior do óvulo, a "zona pellucida".
Os espermatozóides são sujeitos a uma proteína existente na "zona pellucida", a qual liberta a cobertura exterior da cabeça dos espermatozóides, deixando a descoberto umas enzimas especiais dos espermatozóides que ajudam a abrir uma fenda microscópica no óvulo, onde só entra aquele que tiver atingido o ponto favorável para a sua entrada.
Eis que se dá o momento da fertilização!
O óvulo reage imediatamente, deixando de ser acessível aos restantes espermatozóides, acordando do seu estado de dormência. O seu metabolísmo acelera um pouco e o seu consumo de oxigénio aumenta.
No centro do óvulo começam-se a organizar os "pronucleus" materno e paterno. Cada um destes pronucleus contem 23 pares de "cromossomas". Dispostos nestes cromossomas estão os genes (Genoma Humano).
Do pronucleo feminino tem sempre 22 + X. Ou seja, 22 cromossomas mais o cromossoma sexual feminino X. Do pronucleo masculino há 2 hipóteses: uma com o cromossoma feminino
(22 + X) e outra com o cromossoma masculino (22 + Y).
Ou seja, a espécie humana possui 46 cromossomas - 44 mais 2 cromossomas sexuais. Ao juntar X da mãe e X do pai, nasce uma menina (a mulher tem XX). Para nascer menino, tem de se juntar o X da mãe com o Y do pai (o homem tem XY).
Estudos efectuados parecem indicar que o espermatozóide masculino é mais rápido que o espermatozóide feminino, mas sobrevive menos tempo. Sendo assim, a probabilidade de sair rapaz aumenta se a relação ocorrer no período fértil (cerca de 14 dias antes da próxima menstruação), enquanto que as hipóteses de ter menina aumentam se a relação ocorrer até 3 dias antes do período fertil. Mas, atenção! São apenas probabilidades!
Calcula-se que os nossos cromossomas possam conter até cerca de cem mil genes, tendo cada um dos pais contribuído com metade por intermédio dos pronúcleos. Os genes têm ADN, o qual ditará o que irá nascer: um ser humano, membro de uma determinada família, de acordo com o que foi genéticamente transmitido ao longo da linhagem por todas as gerações anteriores.
Tente perceber: com tantos genes parentais em jogo, há tantas possibilidades de novas combinações dos genes ancestrais, que poderá resultar em alguém diferente dos antepassados. Sendo assim, será um programa genético novo, para um nova e única pessoa.
Constituído o novo programa genético, toda a substância do "ovo" se divide em 2 células novas e idênticas entre si. São as primeiras células do bebé.
É assim que começa o primeiro dia dos primeiros nove meses de vida do bebé!
> Sabia que?...
Ao longo dos tempos, os homens culpavam as mulheres (equivocadamente) quando estas davam à luz um filho do sexo não desejado.
Normalmente os Reis queriam filhos "varões" para lhes suceder ao trono. Mas, quando a Raínha dava à luz uma menina, era sempre a culpada do sucedido! E tal facto tinha ainda mais força quando os Reis, ao procurar prazer noutras mulheres, tinham filhos rapazes ("bastardos").
Sugestão: Veja a fotografia "Conception" de Adrian Petrisor. Uma versão muito original e engraçada da Concepção!
Vídeo sobre a Fecundação: Antes de clicar "Play", aconselho a parar o som do player do Blog para poder ouvir, com atenção, as preciosas explicações dadas no vídeo. Acredite, vai adorar!
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