segunda-feira, 5 de abril de 2010

Uma gravidez vivida a dois

Por muita igualdade que se queira impor entre um casal numa gravidez, haverá sempre a justa tendência para atribuir à mulher o papel principal, pois foi o seu corpo que, durante vários ciclos menstruais, se preparou para este momento, com todos os inconvenientes que isso representou na sua vida quotidiana; pois é no seu ventre que está o bebé; pois é o seu corpo que se modifica durante a gravidez; pois é ela que sentirá as dores para pôr o bebé no mundo...


Mas isto não impede que tanto a mãe como o pai esperem o bebé nas suas cabeças! Psicológicamente, afectivamente e intelectualmente, um filho é esperado pelos dois.



Antigamente, o pai considerava a gravidez como algo relacionado apenas com a mulher e, por vezes, até achava que era um mau momento a suportar, mas que era necessário para a criação da sua descendência!



Felizmente, nos dias de hoje, o pai já está mais ligado à gravidez, e isto fez com que alguns homens sintam, inconscientemente, ciúmes e inveja das mulheres grávidas, e da ligação que se cria entre bebé e mãe no momento da amamentação!




Nos homens, o sentimento de paternidade pode nascer de diferentes formas: há alguns que se sentem pais desde a confirmação da gravidez; há outros que só o descobrem quando tomam, pela primeira vez, o bebé nos braços; e ainda há aqueles que só tomam consciência deste sentimento vários meses despois do nascimento do bebé. Infelizmente, também há homens que nunca chegam a atingir este magnífico sentimento...




A mulher é mãe, de corpo, desde o momento da concepção. O homem só é pai, durante a gravidez, na sua imaginação: não imagina o rosto do bebé que via nascer, mas sim quando ele já é estudante e/ou adolescente.




Se a mulher tem sentimentos contraditórios, o homem também os tem: fica orgulhoso porque é capaz de transmitir a vida (para um homem, não poder procriar é humilhante, é como que um atentado à sua virilidade!); aproxima-se mais do seu pai porque vai tornar-se um seu igual, mas sente-se inquieto por não saber se estará à altura deste acontecimento; sente medo de não saber ser o marido de uma esposa grávida; começa a sentir saudades, antecipadamente, das saídas a sós com a sua mulher, das churrascadas "despreocupadas" com os amigos, das noitadas; até chega a sentir-se egoísta porque deixará de ter a mulher só para ele, vendo no bebé que vai chegar uma espécie de rival!




Quando o homem começar a revelar-se egoísta perante a gravidez, cabe à mulher o papel de tranquilizar o seu marido/companheiro (porque sim, o dito "egoísmo" não passa de um descontrolo perante a soma dos seus medos e receios!), mostrar-lhe que vai sempre ama-lo tal como amará o seu bebé, que ele é muito importante, e deve mesmo revelar-lhe que vai precisar muito dele não só como pai, como também como homem e melhor amigo!...
A mulher, na sua transformação como mãe, começa a tornar-se estranha para o seu marido/companheiro: ele sente que ela está a transformar-se noutra pessoa (e, de facto, está), em alguém que vai ter de descobrir. Eis, então, que o homem orgulhoso de então começa a ficar tímido, incompreendendo algumas reacções da sua mulher... Felizmente, não acontece isto com todos (depende muito da sua personalidade) mas, se você está grávida e vê que o seu marido/companheiro sofre sozinho, dê-lhe atençaõ e amor! Não ache que só porque carrega um bebé que irá pôr no mundo que tem o direito de "descarregar" tudo sobre ele! O seu marido/companheiro também é humano! Além disso, verá que ele será bem mais compreensivo consigo se lhe mostrar apoio nos seus receios como futuro pai, e que é melhor um pai confiante para a ajudar a criar o seu bebé do que um pai medroso!





Por incrível que pareça, na maioria dos casos, a maior angústia sentida pelo futuro pai (que a esconde ou fala abertamente sobre ela, conforme a sua personalidade) tem a ver com a saúde da mulher e do bebé. Tem medo que possa acontecer algo à sua mulher devido à gravidez, e que o seu filho não seja normal...





Conclusão: Os sentimentos de um futuro pai são variados e contraditórios - sente novas responsabilidades, mas o egoísmo está ferido; está reconhecido à mulher, mas também sente ciúmes; inquieta-se pela saúde dela, mas também sente vontade de esquecer que está grávida; está como um jovem intimidado perante a mulher, e ao mesmo tempo se sente mais hoem e quase pai.



Se acha que a vivência de uma gravidez é incomparávelmente mais difícil para a mulher, desengane-se! A verdade é que esperar um filho para um homem não é tão simples quanto se julga...

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